13 de dec. de 2017

VILA PRAIA DE ÂNCORA

PATRIMONIO

Preservem o forte do Cão, na freguesia de Âncora 


ENCONTROS   POLIORCÉTICOS  
  
 Encontros Poliorcéticos pede o fecho provisório desta bateria maneirista dado existirem avisos relativos a eventuais situações de perigo (desabamento de tectos). Este forte anda hoje desassistido, muito embora a Junta de freguesia de Âncora tenha recebido o cuidado dele por um prazo de 15 anos. Lá, celebraram-se três edições da "Festa dos Sabores do Forte, Mar e Serra" com o intuito de dar a conhecer esta unidade militar e achegá-la ao público, sofrendo no momento presente uma situação transitória e confusa.    


 Pertencente a orla bateristica atlântica caracterizada pela seriação de postos, consegue traduzir um conceito holístico que precederá muito atempadamente a disposição de algumas outras baterias na costa portuguesa. A par disso, a sua certa simbiose com o rochedo natural e com a própria paisagem permitir-lhe-ía alguma laxitude quanto à altura dos muros, para além do garantista cruzamento de tiros. Construtivamente, dispõe de barbeta semicircular (180 graus) de quase 28 metros de perímetro, com 8 mts. de avançada e fogo de orientação cara o mar. O cruzamento de linhas entre angulações extremas oscila entre os 34 e 36 metros, sendo que o diferendo nas entrâncias norte e sul oferece a relação de 7,5 metros versus 15 metros bem passados a nível de paramentos. Relativamente às angulações regista no bastião maneirista suloeste os 60 graus e no noroeste os 57 graus; da mesma maneira, 58 graus no bastião sintetizado suleste e 61 graus naquele noreste. As dependências interiores, simétricas, com ar afunilado, recolhem os 3,80 m. de largura e os 11 m. de comprimento, perfazendo uma área de 132 m2 que, junto das escadas atinge os 150 m2. Enfim, a área total interna desde os adarves reune os 475  m2. Quanto ao perímetro da obra toda terá uma medição de 124 metros. 
     

 Mandados erguer pelo rei Pedro II entre 1699-1703, reflectem a peremptória necessidade de cobrir por mar e terra os vácuos deixados nos tempos restauradores. Igualmente, serviram de escola para outros serviços costeiros, de reafirmação defensiva, supondo contudo alguma interrupção dessa seriação. O forte de Esposende já é outra coisa. O nosso amigo Ramón García Gómez, da Universidade de Salamanca, tem escrito sobre o Minho duma maneira plausivel, muito interessante sobre isto.

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