14 de mar. de 2018

A GUARDA

PATRIMONIO

ANOS VOLVIDOS, PLANOS INÚTEIS E BLOQUEIO PAISAGISTA

Vista parcial da Fortaleza de Santa Cruz (A Guarda)
Foto: Google Earth

ENCONTROS  POLIORCÉTICOS / A Guarda

 Plano Parcial de Ordenación SUP 4, adequado à modificação pontual número 2 do PGOU, aparece em Planta de Ordenação com visto e mais dois carimbos de Secretaria, com Aprovações Inicial e Definitiva (3-12-2001 e 30-5-2002), bem como rubricado pelos arquitetos D. Luis Miguel Zozaya Servera e D. Javier Martínez Díez. Naquela altura era proprietário, conforme este documento, o senhor D. Ángel Ruiz de Aguiar González e outros. A net facilita essa escassa informação, dado que, decorrente dela, dera-se passo a vários facilitismos e posições falsamente triunfalistas. A titularidade concelhia de Santa Cruz é um simples acidente que só tem servido para tirar o cavalinho da chuva”. Passaram-se os anos e o tal documento ficou tão deturpado, tão inservível (tão indefensável, aliás), que conviria fazer um revisionismo crítico do que lá se apresentava como futurível”.    

 Vivendas coletivas em bloco pareado, em bloco aberto ou em quarteirão fechado; equipamentos “comerciais” ( 360.00 m2 quadrados...!?!?); serviços e infraestruturas; os chamados Espaços (EDOC, ESOC e EDEP). Todavía, esses espaços de domínio privado com uso público em superfície ou esses outros espaços livres de uso público com ocupação, ou sem ela, para estacionamentos. Finalmente, eis o truque, as Zonas Verdes” e a mal chamada “ZVPA”. Atenção à trapalhada.    

 Não pode haver zona verde” em lado nenhum nessa envolvente. Um Enformado Militar Seiscentista (EMS) ou Obra Militar Externa em Torrão (OMET), vamos utilizar glossário próprio, pouco ou nada tem a ver com arvoredo desordeiro, plantado “ao calhas”. Já em tempos, holandeses e franceses discutiam sobre as bondades ou maldades das lenhosas. Mesmo  assim, existiam postulados criteriosos em relação a isto tudo. O  raciocínio era viável e lógico se aquilo que se pretendía tinha a ver com a obtenção de madeira, de calor ou de paliçadas e “abatis” de defesa, de cavaleiros em altura. Tratava-se de pôr os fustes vegetais ao serviço dum plano militar.  

Plano Parcial  de Ordenación SUP 4
Fonte: Planeamento Urbanístico

 Chamar Zona Verde de Proteção Arqueológica (ZVPA) a uma OMET poliorcética resulta insuficiente e revela as contrariedades em que cai  por vezes o mundo dos arqueólogos. Sem definir com clareza, com absoluta clareza, tais supostos incorre-se no mesmo de sempre: desentendimentos e marcação de duvidosas áreas de proteção. Na Fortaleza moderna de Santa Cruz não pode definir-se uma “zona verde” qualquer, nem sequer no glacis (este também esventrado pelo arranque de tocões…). Somente, nos âmbitos muito além do próprio Castelo.     

 Sem essa obra externa, bem rapadinha,  bem isenta,  bem libertada (só resta Cividans...) e bem delimitada em cor terra, nada poder-se-á interpretar. Lá encontra-se ainda um parapeito em pedra para os tiros… e lá plantaram arvorezinhas novas, ditas senlheiras”, de jeito a criar um “sobreposto” incompreensível sobre o traço geométrico. Houve sim, finado esse Plano Parcial de Ordenação SUP 4 por causa das suas próprias contradições, houve dissemos, fantasías várias, incumprimentos, deterioração dum espaço de futuro lazer, rutura de perfís e escalas, bloqueio paisagista, gentrificação e especulação do piorio. A eterna vergonha da vila da Guarda.    

 Dai a queixa apresentada na Xunta de Galiza, com data de 19 de Outubro. Encontros  Poliorcéticos vem de fornecer novos dados, novas dicas que quebrem o silêncio, que acabem com os conluios. Tudo isso se a  LPA 39/2015, de  1 de Outubro o permitir; se a Lei 19/2013, de 9 de Dezembro da Transparência abrisse portas (as fechou  parcialmente) e se a LPCG permitisse desvendar tanta falcatruada. Não somos parvos…

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